COMEÇANDO COM AS PORTAS ABERTAS...


QUE TAL ENTRARMOS O NOVO ANO, O ANO ASTROLÓGICO QUE SE INICIA, COM UMA CORRENTE DO BEM? Querem me acompanhar? Bóra:

À todo o Bem do Universo, aquele do qual somos parte integrante, e igualmente à essa Luz que brilha agora no meu peito... Eu agradeço! De todo o meu coração, eu agradeço pelo ano que passou, e tudo o que nele vivi...  Agradeço por todas as situações difíceis, e mesmo aquelas onde eu me senti completamente perdida... Onde eu não sabia se ia pelo orgulho, ou dobrava meus joelhos para minhas necessidades...
Eu agradeço pela oportunidade de me conhecer mais forte, mais madura, mais admirável! Tudo aquilo que eu considerei como falta foi só uma pausa para que eu voltasse pra mim... Esquecendo do mundo lá fora, estivesse inteiramente em meu próprio mundo interior, o lugar onde eu jamais vou me perder!
Eu agradeço, Seres do Bem, por soprar inspirações, bons conselhos, serenidade, quando eu gritava, me revoltava, e não queria entender... Mesmo quando meu ouvido não podia lhes ouvir, minha alma podia, e dentro de mim eu sabia... Tudo inexoravelmente passa! Eu agradeço por permanecerem torcendo pelo Bem em mim quando eu mesma não estava bem comigo... Por confiarem em mim, quando eu já tinha desistido!
Agradeço por cada ser humano que cruzou o meu caminho, tenha sido pra estender a mão pra me ajudar, ou pra me empurrar ao abismo, não importa, todos eles me ensinaram lições que meu espírito carregará por toda a eternidade...
Eu perdoo, de todo o meu coração, todos aqueles que até o dia de hoje eu guardo ressentimentos, cobranças internas e eternas, e qualquer coisa que eu tenha considerado ofensa... Eu os liberto do meu orgulho, e os deixo livre desse sentimento que não preciso mais carregar comigo, em mim...
Eu liberto e me liberto!
Eu me permito uma vida mais digna, uma qualidade de vida, uma vida mais saudável! Eu estou aqui só pra me fazer Bem, e consequentemente, espalhar ao mundo a notícia de que TODOS podem! A mesma força que governa meus passos, governa os dele, daquela ali, da outra, e assim em cada um de nós, sem esquecer de nenhum, com sua importante tarefa na Terra, que é expandir sua própria Luz, para tirar o mundo da escuridão!
Eu agradeço por me enxergar como uma ferramenta das Forças Divinas, e aqui me usar para que o Bem se manifeste...
Não quero mais a ignorância que me cega, nem a estupidez que me isola...
Eu nasci para me fazer sentir, viver, abrir as asas, e ser feliz...
Eu agradeço e abençoo o ano que tive, com cada detalhe sem passar despercebido, porque hoje posso me comparar e me reconhecer melhor... Hoje posso olhar pra trás, e ver o quanto eu estou bem aqui...
Nunca, em tempo algum, fui mais feliz do que sou NO AGORA!
E é nesse reconhecimento, nesse prazer que descobri, que quero permanecer...
LUZ DE TODAS AS LUZES, do qual faço parte... Continuarei caminhando contigo, sem expectativas, sem ansiedade, mas aqui no meu presente, consciente, liberta, certa!
Pode contar comigo, porque eu sou parte de você, bem como você é parte de mim, e juntos somos UM SÓ!

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Abaixo, uma matéria boa sobre o começo de um novo ano, e tudo o que nele implica:

EQUINÓCIO VERNAL, O INÍCIO DO ANO NOVO ZODIACAL - 18.03.18


As mais antigas denominações das constelações são originárias da Babilônia, mas o signo que atualmente conhecemos como Áries não existia nos zodíacos antigos. Em seu lugar havia uma constelação chamada Hireling, que simbolizava um trabalhador manual. Foram os egípcios que nos deixaram o nome de Áries, representado ora como ovelha, ora como carneiro. Áries representa o poder do ego individual emergindo do oceano coletivo, o próprio impulso de ser; por isso ele simboliza o novo, a iniciativa e os começos, sendo o primeiro signo na roda zodiacal. Quando o Sol, no seu movimento aparente, passa do hemisfério sul para o hemisfério norte e o dia é igual à noite comemora-se o Equinócio Vernal (21/03), que assinala a entrada da primavera no hemisfério norte e do outono no hemisfério sul. Esta data é especialmente valorizada pelos astrólogos, por corresponder ao início do Novo Ano Zodiacal.
O mais importante festival do calendário babilônio, comemorado no equinócio vernal, era o começo do Ano Novo, quando ocorriam as akitu, cerimônias de doze dias que incluíam rituais para purificação e regeneração, uma encenação da criação do mundo surgindo do caos original e a sintonização com os ritmos e as energias da Natureza. As cerimônias eram finalizadas com o rito do “casamento sagrado” – o hieros gamos – entre o rei (que representava o Deus) e a sacerdotisa (representante da Deusa), cujo objetivo era assegurar a fertilidade do reino. Por ser uma data muito importante e uma ocasião de alegria e renovação – humana e da natureza -, seguiam-se festas públicas e comemorações durante vários dias.
Na Palestina o equinócio vernal também detinha um papel preponderante nas celebrações do deus El (modificado para Elohim no Velho Testamento) e das deusas Asherah – sua esposa e mãe dos demais deuses – e Anath. Este culto palestino foi adotado pelos israelitas que cultuavam os deuses Baal e Astarte, até sua proibição e perseguição pelos patriarcas hebreus, adoradores ferrenhos e fanáticos de Jeová. A existência da reverência aos ciclos e elementos da natureza na herança judaica é atestada pela orientação exata do templo de Salomão (que era a construção religiosa mais valiosa para os judeus e depois para os cristãos) para o nascente do Sol no equinócio de primavera. Neste momento, a luz solar entrava pelo vão do portal e brilhava sobre o altar central do divino, um fato natural, mas que fazia parte do cerimonial, sendo um momento muito importante e de intensa reverência religiosa.
Os povos mediterrâneos continuaram a celebrar o equinócio da primavera como o início do Novo Ano; evidências encontradas nos sítios megalíticos das Ilhas Britânicas confirmam a existência destas tradições também entre os antigos povos celtas. Para os romanos várias celebrações como Lupercália, Matronália, Hilária marcavam o “Novo Ano Zodiacal”, comemorado até a instauração do calendário gregoriano em 1582. O “Novo Ano” passou a ser comemorado no dia primeiro de janeiro, o nome do mês derivado de Janua, a “Deusa Guardiã das Portas” (transformada depois no deus Janus), que tinha duas faces, uma olhando para frente, outra para trás. O festival de renovação anual passou a ser Saturnalia, dedicado ao deus do tempo, Cronos (ou Saturno) e celebrado próximo ao solstício de inverno (em dezembro). Mesmo assim, alguns países europeus continuavam a celebrar seu “Novo Ano” no equinócio de primavera, como França (até 1564), Escócia (1600), Alemanha protestante (1700), Rússia e alguns países ortodoxos até 1706, Inglaterra (1752), Suécia (1753). Grécia adotou o dia primeiro de janeiro como data oficial do “Novo Ano” apenas no século 20.
Na Roda do Ano celta o equinócio vernal marca a metade do intervalo entre dois Sabbats – Imbolc e Beltane; ele representa o equilíbrio (entre luz/escuridão, dia/noite, masculino/ feminino), a entrada do Sol em Áries e uma oportunidade cósmica e ritualística de introspecção, avaliação e renovação, antes de iniciar as mudanças e os projetos necessários, para marcar de fato, o começo de um “Novo Ano zodiacal”.
No calendário cristão existem duas datas adaptadas do equinócio vernal: a primeira é a “Festa da Anunciação da Virgem Maria” no dia 25 de março, escolhida para transcorrer um prazo de nove meses até o suposto nascimento de Jesus em 25 de dezembro. Esta data, nas antigas culturas, correspondia aos festivais das deusas Ártemis/Diana, nas suas apresentações como “Mãe Divina, a Senhora dos Mil Seios”, cuja estátua se encontrava no antigo templo de Éfeso (considerado uma das Sete Maravilhas do mundo antigo). No ano de 451, devido à pressão popular, o Concílio de Éfeso proclamou Maria “Mãe de Deus”, dando assim a aprovação oficial para sua adoração pelos cristãos, antes pouco incentivada e até mesmo reprimida. O Concílio consagrou o antigo templo de Ártemis como um local sagrado para Maria, acreditando-se que ela teria passado seus últimos anos de vida neste lugar. Alguns grupos neo-pagãos estão resgatando a antiga importância desta data denominando-a Lady Day, dedicada à Deusa e aos antigos rituais primaveris de renovação das deusas Ártemis, Astarte, Athena, Cibele, Diana, Ísis, Juno, Luna.
A segunda data do calendário pagão adotada pela igreja cristã é a Páscoa, que guarda o antigo significado da vitória da luz (o Sol da primavera substituído por Jesus) sobre a escuridão do inverno (a morte). Um antigo motivo mitológico de várias culturas era a descida da Deusa para o mundo subterrâneo, onde ela permanecia três dias e depois ressurgia, devolvendo a vida e a fertilidade da terra, no início da primavera, após a ausência da vegetação e a aridez dos meses de inverno. Os três dias correspondem à lua negra, período em que a Lua não é visível no céu (representando a estadia da Deusa no reino da escuridão). Este mesmo prazo foi adotado pelo cristianismo para a duração do sepultamento de Jesus, a sua ressurreição se dando no terceiro dia, que é o domingo de Páscoa.
O nome em inglês e alemão para a Páscoa – Easter e Östern – foi tomado “emprestado” da celebração pagã das deusas Eostre (celta) e Ostara (saxã), regentes da primavera e da fertilidade, celebradas na lua cheia mais próxima do equinócio de primavera. Como a igreja não comemora as luas cheias – pelo contrário, sempre ignorou e condenou os rituais lunares – a solução encontrada foi marcar a Páscoa para o primeiro domingo, após a primeira lua cheia, depois do equinócio vernal. Porém, se este domingo cair na lua cheia, a Páscoa é adiada – sem outras explicações – para o domingo seguinte. A data da Páscoa ortodoxa varia até treze dias de diferença (antes ou depois da Páscoa católica) devido ao uso prolongado do calendário Juliano pela igreja ortodoxa, enquanto a católica passou a usar mais cedo o sistema gregoriano.
Ostara era uma deusa teutônica da aurora e da vitalidade, chamada “Madrugada Radiante”, regente do renascimento da vegetação na primavera e da fertilidade (vegetal, animal e humana), equivalente a Eostre, a deusa anglo-saxã da primavera. Ambas eram representadas como jovens coroadas com flores, segurando uma cesta com ovos e cercadas por lebres, sendo celebradas com canções, danças e alegres procissões de mulheres enfeitadas com guirlandas de folhas e flores. Elas recebiam oferendas de ovos tingidos, pintados ou decorados com símbolos tradicionais e pães e roscas doces em forma de lebres, animais associados à Lua e renomados pela sua fertilidade. Os seus nomes deram origem ao hormônio feminino (estrógeno), ao cio (estrum) e à denominação da Páscoa (Östern em alemão e Easter em inglês). Os seus atributos mágicos e os símbolos a eles associados foram adotados como objetos festivos e significativos na comemoração da Páscoa cristã, fato que perpetuou a antiga egrégora do Sabbat Ostara, sem que a Igreja explicasse a enigmática relação entre Jesus, os coelhos e os ovos. A sobreposição de símbolos pagãos e cristãos foi a maneira encontrada pela Igreja cristã para erradicar as antigas celebrações desse Sabbat, equiparando a ressurreição de Jesus ao simbolismo pagão do equinócio – do renascimento da terra na primavera – preservando as imagens do ovo e inventando “o coelhinho da Páscoa”, substituto da lebre.
Resquícios do mito da deusa celta Ostara, padroeira da fertilidade e renovação da Natureza celebrada no equinócio da primavera, permaneceram nas crenças populares e persistem até os dias de hoje, apesar das pessoas desconhecerem sua origem. Os símbolos de Ostara eram o ovo e a lebre, sem relação entre si, mas ambos significadores de criação, renovação e proliferação. Com o passar do tempo, surgiram os contos do “Coelho da Páscoa” e a sua inexplicável associação para os leigos com a festa cristã e os ovos de chocolate.
SIMBOLISMOS OCULTOS DO OVO
Na cosmologia da Deusa o ovo é um símbolo universal da criação do mundo pela Grande Mãe, manifestada como uma “Deusa Pássaro”. Em vários mitos das antigas culturas da Ásia, Polinésia, África, do norte europeu e das Américas, encontram-se descrições semelhantes do nascimento do universo, quando ele emerge de um ovo cósmico, atribuído à fértil força geradora feminina, a Grande Mãe.
No Egito, a deusa Hathor se metamorfoseou na “Gansa do Nilo” e pôs um ovo dourado do qual nasceu Rá, o Sol, o hieróglifo egípcio para ovo sendo o mesmo do embrião humano. Nos rituais egípcios, o próprio universo era visto como o ovo cósmico criado no início dos tempos. Nos sarcófagos aparecia um ovo alado flutuando acima da múmia e levando a alma para renascer em outro corpo.
Os celtas também reverenciavam a “Mãe Gansa” e os havaianos acreditavam que sua ilha surgiu do ovo de um gigante pássaro. Na mitologia grega, Nyx, a deusa da noite, foi fecundada pelo vento e pôs um ovo prateado do qual surgiu a Terra. A lenda finlandesa da criação atribui à deusa Ilmatar – que flutuava sobre as águas primordiais- a criação do Sol, do céu e da Terra, a partir do ovo posto sobre seus joelhos por um misterioso pássaro celestial. Os índios Cahuilla descrevem a criação do mundo surgindo de uma substância cósmica branca, nascida da escuridão; atingida por um raio de luz, esta massa amorfa gerou dois ovos dos quais surgiram um casal de gêmeos divinos, que criaram a Terra e todos os seres vivos. Os índios Omaha acreditavam que no início não havia nada além do silêncio, mas um grande pássaro-serpente apareceu de repente e deixou cair um ovo, que ficou flutuando sobre as águas e dele surgiu a vida.
Os mitos gregos associavam diversas deusas com o ovo cósmico, como por exemplo, Leto, que, fecundada por Zeus, gerou um ovo misterioso do qual nasceram os gêmeos Apollo, representando o Sol, e Ártemis simbolizando a Lua. O historiador Hesíodo relata como a “Mãe da Noite” (o vazio ou abismo cósmico, o espaço infinito), que antecedeu à criação e gerou todos os deuses, criou o “Ovo do Mundo” e de suas metades surgiram o céu e a Terra. Em outra versão, deste ovo (identificado com a Lua) surgiu Eros (o amor), que colocou o universo em movimento e contribuiu para a proliferação da vida. O “Ovo do Mundo” é o símbolo microcósmico do protótipo macrocósmico, “a mãe virginal do caos”.
Para os hindus, o ovo cósmico era a própria criação; no inicio do mundo não existia nada até aparecer um grande ovo, posto por um enorme cisne dourado e que depois de incubado durante um ano se abriu em duas metades, uma dourada, outra prateada- o céu e a terra -, enquanto as membranas se tornaram montanhas, nuvens, rios e mares. Os antigos chineses atribuíam o nascimento do primeiro homem saindo de um ovo posto pelo “Grande Pássaro” Tien.
Pelo fato que o ovo personifica a essência da vida e seus vários estágios de desenvolvimento, desde a antiguidade os povos lhe atribuíram poderes mágicos, tanto para criar a vida, quanto para prever o futuro. Os ovos simbolizam fertilidade, nascimento, renascimento, longevidade e imortalidade; ingeri-los significava absorver suas qualidades, assim como lhes era atribuído o dom de fertilizar a terra. Alguns povos tinham tabus religiosos, filosóficos ou ligados a crendices e superstições, associados com a alimentação com ovos. Os romanos destruíam as cascas dos ovos que eles tinham comido para evitar que fossem feitos feitiços com eles.
Os ovos são símbolos da Lua, da Terra, da criação, do nascimento e da renovação. A iniciação nos Mistérios Femininos é vista como um renascimento, análogo ao ato de sair da casca. O círculo, a elipse, o ovo, o ventre grávido são símbolos da plenitude misteriosa da gestação e da criação. O centro de um círculo é um espaço protegido e seguro, semelhante à escuridão do ventre e do ovo. Inúmeras estatuetas representam as deusas neolíticas, associadas com a Lua ou o ovo. Os alquimistas consideravam o ovo filosofal como o receptáculo de todos os elementos da vida, da matéria e do pensamento. O ovo personifica o poder de nascer através da fecundação exemplificado pelo óvulo, contendo em si todos os elementos essenciais para o seu desenvolvimento. A presença de ovos nos sonhos deu margem a variadas interpretações, os que apareciam inteiros prenunciavam boa sorte, casamento, gravidez ou herança; se fossem quebrados anunciavam brigas, perdas e separações.
Um provérbio latino – omnum vivium ex ovo – resume a antiga sabedoria de que “toda a vida se origina do ovo”. Os ovos têm sido símbolos milenares da fertilidade, nascimento, vida e eternidade. Oferendas de ovos de argila foram encontradas em túmulos da Idade da Pedra na Rússia, na Suécia, nos países eslavos e mediterrâneos, com objetivo de assegurar a vida pós-morte. Os antigos hebreus comiam ovos após os enterros, para garantir a continuidade da sua linhagem e simbolizar a vitória da vida sobre a morte. Com o passar do tempo, o ovo tornou-se símbolo da primavera, do renascimento da vegetação e também do “Novo Ano” para algumas tradições religiosas, mas sem referência à sua antiga origem. A reverência pelo ovo é justificada pela sua forma e pelo seu mistério, sua forma elíptica descrevendo o movimento de todos os corpos celestes e a esfera de luz que envolve as coisas vivas; é na forma ovoide que a potência do espirito se manifesta na matéria.. A gema do ovo representa a energia solar, o princípio masculino, enquanto a clara é a Lua e o eterno e sagrado feminino.
Detentor do potencial da energia criativa da vida, o ovo foi usado de forma mágica por vários povos, bem como nas práticas europeias e africanas de exorcismo e cura. Os sacerdotes druidas Ovates, vestidos com túnicas verdes (a cor da vida) trabalhavam em círculos mágicos. Nos festivais de primavera dos povos nórdicos e celtas, os ovos eram oferendas tradicionais para as deusas Eostre e Ostara, assim como nos rituais do Oriente próximo para Astarte e Ishtar. Os antigos zoroastrianos (adeptos de uma religião monoteísta fundada na antiga Pérsia pelo profeta Zaratustra, a quem os gregos chamavam de Zoroastro) pintavam ovos para sua celebração do Ano Novo –Nawrooz- que coincidia com o equinócio da primavera. Tingidos de vermelhos, eram enterrados no solo para fertilizá-lo; oferecidos às mulheres tinham como objetivo aumentar a sua fertilidade, presenteados às crianças visavam ativar seu crescimento.
Os cristãos consideram o ovo um símbolo da ressureição, enquanto dormente ele contém a nova vida dentro de si. Nas igrejas Ortodoxas e Greco-Católicas os ovos são pintados de vermelho na Páscoa para representar o sangue de Jesus vertido na cruz. A casca do ovo simboliza a tumba fechada, cuja abertura representa a sua ressureição da morte. Os ovos da Páscoa são bentos pelos padres no fim da Vigília Pascoal (sábado de Aleluia) e distribuídos aos fieis. As famílias trazem cestas com ovos tingidos e comidas típicas (roscas, pães trançados, bolos) que também são abençoadas. Na segunda ou terça feira depois da Páscoa, ovos abençoados são levados aos cemitérios e ofertados aos mortos com o cumprimento tradicional “Cristo ressuscitou”. Existe uma lenda no leste europeu, que afirma que Maria Madalena teria trazido ovos cozidos para partilhar com as mulheres na tumba de Jesus e que eles se tornaram milagrosamente brilhantes quando ela teve a visão do Jesus ressuscitado. Outra lenda conta que, depois da Ascensão, Madalena teria ido para o imperador de Roma cumprimentando-o com a saudação “Cristo ressuscitou”, mas ele retrucou que isso era tão irreal, quanto um ovo sobre a mesa dele fosse vermelho. Assim que acabou de dizer isso, o ovo imediatamente se tornou vermelho.
No folclore de vários povos europeus existem crenças ligadas ao ovo, considerados símbolos de fertilidade, humana ou animal. Até o século 17 na França, a noiva devia quebrar um ovo na soleira da sua casa, para assegurar sua fecundidade. Os antigos eslavos e alemães untavam seus arados antes da Páscoa com uma mistura de ovos, farinha, vinho e pão, para atrair assim abundância para as colheitas. Na Inglaterra antiga, crianças percorriam as casas no Domingo de Ramos pedindo ovos; recusar este pedido era um mau presságio para os moradores. Usavam-se ovos também nas oferendas para os mortos, colocados juntos deles no caixão ou sobre os túmulos. Os judeus da Galícia consumiam ovos cozidos ao retornarem dos enterros, para retirar as energias negativas. Na “Noite de Walpurgis” (30 de abril), o Sabbat saxão celebrado nas montanhas Harz da Alemanha (consideradas local de reunião das bruxas), os casais enfeitados com guirlandas de flores dançavam ao redor de uma árvore decorada com folhagens, fitas e ovos tingidos de vermelho e amarelo. Um tipo especial de divinação com ovos – chamada de ovomancía – era praticada pelas mulheres europeias nos Sabbats Samhain, Yule ou Litha, deixando cair a clara em um copo com água e fazendo vaticínios pelas formas criadas.
Os desenhos tradicionais pintados nos ovos reproduzem o movimento da energia em forma de círculos (o ciclo eterno da vida), ondas (água), pontinhos (estrelas), escadas (os planos da existência), cruzes (a união do masculino com o feminino, da matéria com o espirito), linhas, estrelas, nós, triângulos (a deusa tríplice), quadrados (a terra), rodas, espirais (proteção), flores, trevos, árvores. Eles serviam como pontos de fixação para atrair energias de renovação, saúde, prosperidade e proteção. Na Ucrânia e nos países dos Bálcãs, a arte de pintar ovos (chamados pessankas ou pysanka) é muito antiga, reservada às mulheres e preservada até hoje. Os ucranianos – que foram cristianizados apenas no ano 988 – ainda preservam seus antigos costumes e o simbolismo pagão das pessanki. Na Romênia, antigamente os ovos eram tingidos com infusões vegetais – cascas de cebolas, beterraba, salsa – (atualmente usam-se tintas) e pintados com formas geométricas estilizadas, simbolizando riqueza, fertilidade, amor, vida longa, proteção, e felicidade. Quando feitos de madeira eram decorados de maneira mais rebuscada, com aplicações de contas minúsculas e coloridas. Na Romênia, Rússia e Grécia ovos cozidos ou esvaziados do seu conteúdo são até hoje decorados com motivos tradicionais, dados de presente ou usados em competições no domingo da Páscoa. Ganhava aquele que conseguia quebrar os ovos dos concorrentes batendo de leve neles, mas desde que não rachasse o seu. Joias em forma de ovos, feitas para a Corte Imperial russa pelo famoso artista Fabergé, eram cravejadas de pedras preciosas ou continham dentro de si anéis e miniaturas como pássaros, relógios, barcos ou casas. Ainda se encontram este tipo de ovos-miniaturas, usados como enfeites ou nos altares das mulheres que seguem a Tradição da Deusa e que os usam como cofres mágicos para guardar e “chocar” seus desejos e pedidos, neles colocados na comemoração do Equinócio Vernal.
 Por: Mirella Faur – https://www.facebook.com/mirella.faur


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